sexta-feira, 18 de março de 2011

República Velha (mas nem tão velha assim)

Velha República e velhos vícios que ainda perduram

A República Velha está subdividida em dois períodos. A República da Espada, momento da consolidação das instituições republicanas, e a República Oligárquica, onde as instituições republicanas são controladas pelos grandes proprietários de terras.

A República da Espada (1891/1894)
Período inicial da história republicana onde o governo foi exercido por dois militares, devido o temor de uma reação monárquica. Momento de consolidação das instituições republicanas. Os militares presidentes foram os marechais Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto.

República das Oligarquias (1894/1930)
As oligarquias eram constituídas por grandes proprietários de terra e que exerciam o monopólio do poder local. Este período da história republicana é caracterizado pela defesa dos interesses destes grupos, particularmente da oligarquia cafeeira.
Os grupos oligárquicos vão garantir a dominação política no país, através do coronelismo, do voto do cabresto, da política dos governadores e da política de valorização do café.

A política dos governadores

Um acordo entre os governadores dos Estados e o governo central. Os governadores apoiavam o presidente, concordando com sua política. Em troca, o governo federal só reconheceria a vitória de deputados e senadores que representassem estes governadores. Desta forma, o governador controlaria o poder estadual e o presidente da República não teria oposição no Congresso Nacional.
Parece que estamos falando dos tempos atuais e não dos idos do fim do século XIX e início do século XX. Atualmente, a troca de favores entre governo Central e governos estaduais, favorecendo o clientelismo partidário. Em nome da manutenção da governabilidade, vimos pulular conchavos partidários que beneficiam aliados do(a) presidente na hora de votações importantes para o conjunto da população. Mas quem está interessado nos interesses da população? Isso pouco importa, importa mesmo é a quebra de braço entre aliados e oposição em troca do favores cedidos numa obra aqui, num repasse de verba ali e assim lá se vão mais de um século disso que chamamos de "política dos Governadores".

A política do café-com-leite

Revezamento, no executivo federal, entre as oligarquias paulistas e mineiras. O número de deputados federais era proporcional à população dos Estados. Desta forma, os estados mais populosos - São Paulo e Minas Gerais -tinham maior número de representantes no Congresso.
Mais uma vez parece que se trata de um jogo de cartas marcadas usada no baralho político até os dias atuais. JK, Tancredo Neves, Itamar Franco, Aécio Neves e Dilma Roussef mostram bem essa luta por palanques mineiros nessa balança nada favorável ao resto do país. Pelo lado de São Paulo temos Jânio Quadros, Paulo Maluf, Oreste Quércia, Franco Montoro, Mário Covas, José Serra, Fernando Henrique Cardoso (carioca residente de SP) e Lula (pernambucano residente no ABC paulista).
Alguns diriam: mas "Collor é Alagoano e foi eleito presidente". Se Alagoas tivesse mesmo força política no quadro nacional Heloísa Helena teria tido uma votação mais significativa na sua candidatura a presidente.

Coronelismo e voto do cabresto

O sistema político da República Velha estava assentado nas fraudes eleitorais, visto que o voto não era secreto. O exercício da fraude eleitoral ficava à cargo dos "coronéis", grandes latifundiários que controlavam o poder político local ( os municípios ). Exercendo um clientelismo político (troca de favores) o grande proprietário controlava toda uma população ("curral eleitoral"), através do voto de cabresto.
Assim, o poder oligárquico era exercido no nível municipal pelo coronel, no nível estadual pelo governador e, através da política do café-com-leite, o presidente controlava o nível federal.

"O voto de cabresto hoje se faz de maneira psicológica, atuando junto às necessidades do eleitor. Um bolsa isso, um auxílio aquilo, uma cesta básica, uma promessa... Olha, não vote em tal candidato, o benefício poderá ser cortado. Pense bem antes de votar, o candidato do partido A é da oposição, deixe-o de lado, senão...
Sim, não há mais o coroné, mas há o engravatado que semeia o medo, a desesperança e limita o raciocínio do cidadão. Desapareceu o capanga, mas surgiu o cabo eleitoral participando ativamente da campanha, abraçando os necessitados, visitando lares menos abastados, acariciando crianças, mostrando-se a imagem e figura da simpatia; uma simpatia de fachada que conquista as carentes mães da periferia. O cabresto hoje é feito de promessas vazias e evasivas, sem compromisso com a sinceridade e sem qualquer envolvimento com o bem coletivo. Um cabresto que não desfere pontapés, mas alimenta a ignorância. Um cabresto que uiva silencioso e pisoteia nas agruras humanas." (www.paralerepensar.com.br/votodecabresto).

Como idenfiticar esses novos coronéis e esses novos capangas? Esses novos coronéis fizeram do serviço público seus currais eleitorais e não "largam o osso". Deputados e vereadores indicam os cargos de gestores em repartições públicas como se fossem donos dos cargos, leiloam entre si os cargos de diretores, chefes, supervisores, superintendentes e distriuem entre seus cabos eleitorais que, em época de campanhas, devotam toda a fidelidade exigida de um "lambe botas" a ponto de transformar seu espaço de trabalho em palanque desses novos coronéis. Esses capangas-cabos eleitorais fazem malabarismos para não largarem os seus cargos e agarram-se a eles derrubando tudo e todos que tentam ir contra essa pratica de coronelismo e voto de cabresto. Essa prática nefanda já passou da hora de acabar.
Se o eleitor tem competência e capacidade de escolher seu vereador, seu deputado, seu prefeito, seu governador, seu senador e seu presidente, por que será que essa capacidade e competência lhe falta na hora de escolher o diretor de escola, chefe de posto de saúde, diretor de hospital, chefias de superintendências?

Um comentário:

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